Com o recente lançamento de Greve humana: por uma prática da liberdade, do coletivo feminista de arte conceitual Claire Fontaine, decidimos dar vazão aos aspectos da "curadoria" editorial que realizamos na seleção dos títulos a serem publicados. Por isso, este Combo torna evidente a relação direta entre Tiqqun e Claire Fontaine.
Além de um dos integrantes do coletivo Claire Fontaine, a italiana Fulvia Carnevale, ter participado da formação e redação da revista Tiqqun, que atual de 2000 a 2001 publicando duas longas edições, também podemos ver que tanto em Isto não é um programa: órgão de ligação no seio do partido imaginário, que parte de Maio de 1968, quanto em Greve humana o pensamento e a prática orbitam e fazem referência profunda ao Maio Rastejante de 1977 na Itália, de onde pulularam inúmeras experimentações revolucionárias que interviram no pensamento social e político do mundo e que até hoje reverberam.
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COMBO REVOLUCIONÁRIO EXPERIMENTAL — Isto não é um programa + Greve humana
COMBO REVOLUCIONÁRIO EXPERIMENTAL
— Tiqqun e Claire Fontaine
Isto não é um programa: órgão de ligação no seio do Partido Imaginário, Tiqqun
Este livro é um ensaio político, uma análise de conjuntura, uma prosa poética, um exercício de imaginação e um tratado de teoria crítica. O texto parte de uma análise das lutas autonomistas italianas dos anos 1970, opondo o "rastejante" Maio de 77 em Roma ao "triunfante" Maio de 68 parisiense, para lançar as bases de uma teoria política voltada para a ação/transformação radical do mundo existente, uma análise das verdadeiras lutas autonomistas.
Greve humana: por uma prática da liberdade, Claire Fontaine
Nesta edição de Greve Humana, diferente das duas antologias publicadas em 2020 pelas casas editoriais Diaphanes (França), e Semiotex(e) (EUA), há oito textos inéditos, escritos de 2020 a 2024, além da produção de 2004 a 2020. O interesse é que a antologia possa ser percebida como uma primeira tentativa de gerar a ontologia do conceito de greve humana, apropriado das lutas feministas autonomas da Itália de 1970. Além disso, mesmo que todos os 46 textos se organizem em ordem cronológica, é passível reconhecer que uma tríade de sustentação no seu sistema de saberes é, também, uma prática da liberdade de Claire Fontaine: o reconhecimento do ready-made como um ser que habita nosso fazer inconsciente diante da racionalização neoliberal; a relação cada vez mais simbiótica entre o artista, sua representação e obra, e a instituição que o faz circular, sempre mercadológica; e, por fim, as asseverações e proposições criadas no calor da hora das mudanças econômicas e das revoltas atuais. As três frentes são, em comunhão, a metodologia editorial brasileira, criada para gerar certo direcionamento, mas, principalmente, a contextualização necessária ao ambiente político e artístico do país.